Por Suelen Leal
O mercado de BDRs (Brazilian Depositary Receipts) tem se consolidado como uma alternativa relevante para os investidores brasileiros que buscam exposição internacional. Desde sua criação, o índice BDRX tem refletido as movimentações do mercado global, sendo influenciado por eventos macroeconômicos, ciclos de crescimento e oscilações cambiais.
Neste estudo, analisamos a evolução da performance do BDRX desde 2010, destacando sua performance ano a ano de 2011 a 2024, o ranking das 20 BDRs com melhor desempenho em 2024, a média e a mediana anual do dividend yield dos BDRs desde 2014 e, por fim, o ranking das 10 BDRs com maior média de dividend yield nos últimos 10 anos dentro do índice.
Criado para refletir a performance dos BDRs (Brazilian Depositary Receipts) negociados na B3, o índice BDRX tem acompanhado de perto os ciclos econômicos globais, capturando tanto períodos de expansão quanto momentos de alta volatilidade e incertezas. Desde sua criação, em 2010, o índice passou por diversas fases, sendo impactado por fatores como oscilações cambiais, crises macroeconômicas, avanços tecnológicos e mudanças no apetite dos investidores por ativos internacionais.
Ao longo da trajetória de out/2010 a dez/2024, o BDRX acumulou um impressionante retorno nominal de 2.197,79%, demonstrando o potencial dos BDRs como alternativa de diversificação no mercado brasileiro.
Desde 2011, o BDRX apresentou variações significativas em seu desempenho:
O ano de 2024 foi marcado pelo forte desempenho de BDRs de empresas pertencentes a setores estratégicos e inovadores, refletindo tendências globais de tecnologia, digitalização e recuperação econômica. As 20 melhores performances do ano contemplam uma diversidade de indústrias, com destaque para os setores de software, semicondutores, telecomunicações, serviços profissionais e consumo.
Embora a maior parte das empresas listadas sejam de origem americana, 5 dos 20 BDRs pertencem a empresas de outras regiões, reforçando a diversificação global do mercado de BDRs:
A análise do dividend yield médio anual dos BDRs nos últimos 10 anos revela que essa classe de ativos tem historicamente apresentado percentuais relativamente baixos de distribuição de proventos. Durante esse período, a média anual de dividend yield das empresas listadas via BDRs nunca ultrapassou 2%, o que indica que os retornos provenientes de dividendos foram modestos em relação ao preço dos ativos.
Além disso, ao avaliarmos a mediana do dividend yield, os valores também permanecem abaixo de 2% ao ano, reforçando que a baixa distribuição de dividendos não é pontual em algumas empresas, mas sim uma característica estrutural da maioria dos BDRs negociados na B3. Em determinados anos, os percentuais medianos de dividend yield ficaram abaixo de 1%, evidenciando que, diferentemente de ativos tradicionalmente voltados para renda passiva – como ações brasileiras do setor financeiro e de utilities ou fundos imobiliários –, os BDRs têm um perfil predominantemente voltado ao crescimento de capital, e não à geração recorrente de dividendos.
Esse cenário está diretamente ligado ao perfil das empresas listadas via BDRs, que majoritariamente pertencem a setores de tecnologia, consumo e inovação, onde o reinvestimento dos lucros para expansão e desenvolvimento é priorizada em detrimento da distribuição aos acionistas. Além disso, aspectos tributários e variações cambiais também influenciam negativamente a conversão e o repasse desses rendimentos aos investidores brasileiros.
Portanto, para aqueles que priorizam rendimentos passivos consistentes, os BDRs podem não ser a melhor alternativa, especialmente quando comparados a ações de empresas brasileiras com políticas de dividendos mais robustas ou fundos imobiliários, que oferecem yields significativamente superiores.
Os BDRs permitem que investidores brasileiros tenham exposição a empresas globais sem a necessidade de abrir conta em corretoras internacionais. Embora historicamente os BDRs não sejam conhecidos por altos dividend yields, alguns setores e empresas se destacam pela distribuição de dividendos ao longo dos anos, proporcionando uma alternativa interessante para aqueles que buscam diversificação geográfica e geração de renda passiva.
Benefícios dos Dividendos via BDRs:
A análise da última década mostra que os maiores pagadores de dividendos estão concentrados em setores tradicionais, como petróleo, bancos, mineração, telecomunicações e fumo.
Os setores de petróleo, bancos, mineração e telecomunicações lideram o ranking de maiores pagadores de dividendos via BDRs, mostrando que empresas desses segmentos tendem a oferecer retornos consistentes ao longo do tempo. Para investidores interessados em diversificação internacional e geração de renda passiva, esses BDRs podem ser uma alternativa a ser considerada, embora seja essencial avaliar o impacto da tributação e da variação cambial sobre os dividendos recebidos.
O mercado de BDRs no Brasil evoluiu significativamente desde 2010, consolidando-se como uma alternativa estratégica para investidores que buscam diversificação internacional. O desempenho do BDRX reflete tanto os ciclos de crescimento do mercado global quanto os desafios macroeconômicos que impactaram as economias ao longo dos anos.
O ano de 2024 se destacou como um dos mais positivos para os BDRs, impulsionado pelo crescimento de empresas de tecnologia e do setor financeiro. Além disso, a análise dos dividend yields mostrou que empresas de setores tradicionais continuam sendo boas pagadoras de dividendos, proporcionando consistência ao longo do tempo.
Acompanhar esses indicadores é essencial para investidores que desejam tomar decisões informadas e equilibrar suas carteiras com ativos internacionais de alta performance e boas distribuições de dividendos.
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