Por Suelen Leal
Nos últimos anos, o mercado de debêntures no Brasil consolidou-se como uma das principais alternativas de captação de recursos pelas empresas e de alocação de capital pelos fundos de investimento. Em um ambiente de juros elevados, avanços regulatórios e forte demanda por ativos de renda fixa, compreender os fluxos de emissão e alocação dessas dívidas corporativas se torna cada vez mais estratégico. Este estudo tem como objetivo iluminar esse elo entre quem emite e quem compra debêntures, analisando o que movimentou o mercado em 2024 e 2025. A seguir, você encontrará uma visão clara sobre os maiores emissores, setores predominantes, as gestoras com maior participação e os papéis mais demandados.
Panorama recente de emissões de debêntures
O período recente foi marcado por uma forte movimentação de empresas buscando financiamento via mercado de capitais. Empresas de infraestrutura, energia e telecomunicações dominaram esse movimento, refletindo a natureza de longo prazo e previsibilidade desses setores.
Destaques:
Empresas com maior volume de emissão
Ao analisar com o foco para as empresas que mais recorreram ao mercado, a Nova Transportadora do Sudeste (NTS) lidera com mais de R$ 10 bilhões emitidos. Também se destacam Sabesp, Auren e Rede D’Or, sinalizando o apetite por financiamento em setores como saneamento, energia e saúde.
Destaques:
Setores mais representativos
A dominância do setor de eletricidade, gás e água é inquestionável, com mais de R$ 121 bilhões captados, representando 40,5% do total emitido.
Essa composição revela um perfil de emissões concentrado em setores essenciais e defensivos, que tradicionalmente atraem os investidores por sua resiliência e previsibilidade de receitas.
Destaques:
Os principais compradores: fundos de investimento
A Itaú Asset Management e Itaú Unibanco SA lideram somando mais de R$ 6,9 bilhões investidos, seguidas pelo Bradesco, Santander, Safra, BB DTVM e BTG Pactual. Somadas, as 20 maiores gestoras representam 95% da alocação nos papéis mais comprados – uma concentração relevante que indica confiança institucional nas emissões analisadas.
Heatmap das debêntures mais encarteiradas x gestores alocados
A tabela a seguir detalha o volume alocado por cada gestora nas 20 debêntures mais adquiridas por investidores institucionais, permitindo a análise do nível de concentração ou diversificação dessas alocações entre os principais papéis do mercado.
Destaques:
Relação alocação dos fundos x características das emissões
Destaques:
As debêntures com maior volume alocado pelos fundos, tanto em valor quanto em representatividade percentual sobre a emissão, são:
Esses papéis mostram forte concentração institucional e são considerados atrativos para alocação por sua liquidez e prêmios acima da média.
Relação entre fundos e volume da emissão
A grande maioria dos papéis listados tem mais de 70% do volume total da emissão alocado por fundos, com destaque para:
Isso reflete uma alta penetração institucional nas ofertas e um sinal de confiança nas emissões.
Setores mais representados entre as debêntures mais compradas
Esse perfil setorial mostra um viés defensivo e de infraestrutura, o que sugere preferência dos gestores por papéis ligados a serviços essenciais e de longo prazo.
Características das emissões mais compradas
O mercado de debêntures brasileiro vive um momento de maturidade e sofisticação. A análise dos dados de 2024 e 2025 revela um ambiente dinâmico, no qual empresas de infraestrutura, energia e serviços essenciais lideram a captação de recursos, enquanto fundos de investimento consolidam seu papel como os principais compradores.
A ponte entre emissores e investidores se fortalece, ancorada na demanda por renda fixa privada e no apetite por ativos que combinam segurança com retornos reais atrativos. Esse cenário reforça a importância estratégica da atuação dos grandes bancos e gestores, cuja capacidade de alocação define, em grande medida, o sucesso das emissões e a viabilidade dos projetos financiados. A dependência das empresas por esse capital institucional torna ainda mais relevante o monitoramento das decisões de investimento dos principais players do mercado.
Essa radiografia deixa claro: entender a movimentação entre crédito corporativo e alocação de fundos é essencial para quem quer decifrar os próximos passos do mercado de capitais brasileiro.
Esse estudo foi elaborado com a base de dados e o ferramental da Economatica, uma plataforma reconhecida pela sua confiabilidade e abrangência no mercado financeiro. Com acesso a séries históricas, composições de carteira, indicadores de risco e retorno, entre outros dados cruciais, a Economatica possibilita uma análise aprofundada e precisa.
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