As sete magníficas: Big Techs que estão protegendo o S&P500

Na última década, o termo FANG foi utilizado para descrever empresas de tecnologia com grande potencial de crescimento, que estavam revolucionando o desenvolvimento de produtos, a aplicação de alta tecnologia, a mudança nos padrões de consumo e a experiência do cliente. Com Facebook, Amazon, Netflix e Google em sua composição, o termo tornou-se amplamente conhecido ao redor do mundo pelo desempenho sem precedentes dessas empresas e pela maneira como revolucionaram o mercado. Posteriormente, o termo recebeu mais uma letra, “A”, com a adição da Apple, passando a ser conhecido como FAANG. 

No entanto, esse seleto grupo de empresas, que foram e ainda são cobiçadas pelos investidores, ganhou alguns novos integrantes advindos na onda de entusiasmo por novas tecnologias, principalmente com a democratização da inteligência artificial, e passou a ser conhecido como “The Magnificent Seven” (As Sete Magníficas). Este novo grupo é composto por Apple, Microsoft, Alphabet, Amazon, Tesla, Meta e Nvidia.

Em 2023, o principal assunto até o momento é como a economia norte-americana irá responder aos movimentos de altas agressivas nas taxas de juros, em resposta à aceleração da inflação, e, em última análise, uma recessão forçada para controlar os principais indicadores econômicos. Como é sabido, o mercado de capitais é um termômetro das expectativas dos agentes e, mesmo com todas as dificuldades da economia norte-americana, o principal índice americano mantém-se resiliente e positivo no ano e ao relembrarmos o filme “The Magnificent Seven”, onde sete pistoleiros têm a missão de proteger um vilarejo, podemos traçar um paralelo com as sete gigantes de tecnologia que estão sendo responsáveis por ‘proteger’ a performance do S&P 500.

1. Concentração do S&P 500

O índice S&P 500, apresenta mostra uma concentração elevadas nessas empresas. Apple e Microsoft, juntas, compõem quase 14% do índice. Quando adicionamos Amazon, Nvidia, Alphabet, Meta Platforms (anteriormente conhecida como Facebook) e Tesla, essa concentração sobe para aproximadamente 27,42%. Isso significa que apenas sete empresas representam mais de um quarto do valor total do S&P 500. O restante do índice, que inclui outros 493 ativos, representa 72,58%. 

2. Performance

Essa concentração no índice S&P 500, amplifica a sensibilidade do índice às flutuações dessas ações específicas. Dada a magnitude de sua representação, movimentos significativos em suas cotações podem influenciar fortemente a direção geral do índice. Em 2023, estas gigantes corporativas têm demonstrado um desempenho notável e, em grande medida, têm atuado como um pilar de sustentação para o índice, compensando o desempenho das demais empresas que compõem o S&P 500.

Ao examinar a dispersão dos retornos no S&P 500, identifica-se uma tendência interessante. Há uma concentração de empresas cujos retornos são negativos. No entanto, um número limitado de empresas tem demonstrado retornos notáveis. Curiosamente, essas empresas de destaque coincidem com aquelas que possuem a maior representatividade no índice. 

3. Correlação

Ao analisar a matriz de correlação das maiores empresas do S&P 500 com o próprio índice ao longo dos últimos 12 meses, podemos observar que a Apple Inc. possui a maior correlação com o S&P 500, com um coeficiente de 0,81. Microsoft e Alphabet também mostram fortes correlações com o índice, com coeficientes de 0,74 e 0,69, respectivamente. Por outro lado, a Tesla Inc. tem uma correlação mais moderada de 0,52, enquanto a Meta Platforms, Inc. apresenta um coeficiente de 0,56. Isso indica que, embora ainda tenham alguma influência, essas empresas não seguem o índice tão de perto quanto as outras. Em relação às correlações entre as próprias empresas, vemos que muitas delas possuem valores moderados a altos, mostrando que, muitas vezes, quando uma empresa se movimenta em uma direção, outras tendem a seguir na mesma direção.

4. Simulação de Portfólio: S&P 500 x Big Techs com pesos iguais

Ao avaliar as interações entre as big techs, considerando seus pesos e desempenhos em 2023, torna-se relevante simular uma carteira de investimentos. Se considerarmos um portfólio onde as “sete magníficas” possuam pesos iguais, podemos estabelecer uma comparação com o desempenho do S&P 500.

Uma carteira composta por essas big techs apresentaria uma performance consideravelmente superior ao benchmark. De acordo com o gráfico, a carteira obteve um crescimento de +83,3%, enquanto o S&P 500 registrou uma valorização de apenas 9,8% (data base: 24/10/2023). No entanto, é essencial lembrar que avaliar apenas a performance de um ativo pode ser enganoso, especialmente quando a análise é ‘ex-post’. Todo investimento deve ser ponderado levando em conta a relação entre risco e retorno.

A performance desse portfólio de big techs destacou-se, sobretudo em períodos prolongados, superiores a 48 meses, onde o retorno foi quatro vezes maior em comparação ao S&P 500. Porém, é crucial ressaltar que maiores retornos estão, frequentemente, associados a maiores riscos. Isso é evidenciado pela volatilidade anual dos ativos; em todos os períodos analisados, a carteira com as big techs demonstrou uma volatilidade significativamente mais alta que o S&P 500, sugerindo que essas empresas são altamente reativas às oscilações do mercado.

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