Do Preço ao Lucro: As Movimentações no Mercado de Petróleo.

O petróleo é frequentemente referido como “ouro negro”, refletindo sua importância crucial para a economia global. A volatilidade dos preços do petróleo tem implicações significativas para a economia mundial, e essa volatilidade é ainda maior em tempos de crises e guerras. Nesse estudo, buscaremos abordar os principais dados dessa commodity no mercado e os impactos nas ações das empresas atuantes no setor.
No gráfico abaixo podemos compreender que os maiores períodos de oscilações do preço do petróleo estão diretamente relacionados aos cenários de crises, guerras ou intervenções na relação entre oferta e demanda.

Nos últimos meses tivemos grandes movimentos que impactaram o preço da commodity. Só em 2023 o petróleo WTI apresenta um aumento de 8,92%, sendo que somente nos últimos 3 meses a commodity apresentou um aumento de 13,57% como reflexo de diversos fatores, dentre eles podemos destacar o avanço da transição energética que desestimula as petrolíferas em aumentar os investimentos na produção, as instabilidades políticas e conflitos ao redor do mundo (Guerra Ucrania e Rússia e a recente guerra na faixa de gaza) e o controle da oferta pelos membros da Opep+, uma coalizão entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, já vinham restringindo o fornecimento de petróleo desde julho deste ano.
A transição energética, impulsionada por preocupações ambientais e avanços tecnológicos, tem levado a uma diminuição gradual na dependência do petróleo como fonte primária de energia. Em resposta, muitas empresas petrolíferas estão reavaliando seus investimentos em exploração e produção. Para isso, consolidamos dados das maiores empresas do setor globalmente, incluindo British Petroleum, Ecobetrol, Conoco Philips, Chevron, Exxon, Marathon Oil, e as brasileiras Petrobras e Petrorio.
O indicador Capex/Depreciação nos oferece uma visão clara sobre essa reavaliação. Uma relação alta indica que as empresas estão investindo em novos ativos, talvez diversificando suas operações ou buscando inovações. Uma relação baixa, por outro lado, pode sugerir cautela ou uma possível retração na expansão.

Em 4T2013, quando o petróleo WTI estava cotado a $98,17, a mediana Capex/Depreciação estava em 222%, evidenciando um apetite pelas empresas em investir na atividade acima do valor depreciado. No entanto, conforme os preços do petróleo começaram a declinar, atingindo um ponto mais baixo em 1T2020 a $20,51, a relação Capex/Depreciação também mostrou uma diminuição significativa, caindo para 115% no mesmo período. Esta queda na relação sugere que, enquanto os preços do petróleo estavam em baixa, as empresas petrolíferas estavam cautelosas em seus investimentos em ativos fixos. Posteriormente, a relação mostrou variações, mas continuou a refletir a volatilidade dos preços do petróleo. Em períodos onde o preço do petróleo WTI teve uma recuperação, como em 1T2022 e 2T2022, a relação Capex/Depreciação também apresentou um aumento, indicando uma maior disposição das empresas em investir. Essa correlação entre os preços do petróleo e a relação Capex/Depreciação destaca a sensibilidade das estratégias de investimento das petroleiras às flutuações do mercado de petróleo e às tendências de transição energética.
No cenário brasileiro, diversas empresas marcam sua presença no setor. Contudo, a Petrobras destaca-se como a principal representante, atingindo o patamar de “major” e equiparando-se às maiores companhias petrolíferas globais. No entanto, além da Petrobras, existem as empresas “juniors”, que também têm potencial para se beneficiar com a valorização do petróleo.
Há um jargão no mercado que afirma: “o preço segue o lucro”. Ao analisarmos os gráficos que apresentam o lucro líquido trimestral consolidado das companhias petrolíferas brasileiras, juntamente com seus respectivos valores de mercado, é evidente uma correlação entre essas métricas. Em sua maioria, o lucro líquido dessas empresas tem uma relação direta com o valor do petróleo. Contudo, é importante salientar que, apesar dessa correlação, as empresas possuem estruturas, custos e características operacionais distintas, o que pode ser exemplificado pela diferença entre as empresas “majors” e “juniors”.

Por fim, muito embora o preço do petróleo siga volátil considerando o cenário geopolítico internacional com a eminência de duas guerras nos últimos meses, o cenário tende a ser benéfico para as petroleiras e isso se reflete na performance dos papeis. Somente a petrobras acumula uma alta de 85,97% nos papeis preferênciasi e 72,18% nos papeis ordinários, considerando os proventos pagos no período. Já as juniors como a Petrorio e Enauta apresentam uma valorização em 2023 de 33%. No campo negativo temos a 3R Petroleum com -13,25% mas com boas pespectivas para o futuro, segundo os analistas e a Petroreconcavo com -31,43%.
Apesar da volatilidade nos preços do petróleo, influenciada pelo cenário geopolítico internacional e pelas recentes tensões, as perspectivas parecem favoráveis para as empresas petrolíferas, o que é evidenciado pela valorização de seus ativos no mercado. A Petrobras, por exemplo, registrou um impressionante crescimento de 85,97% em seus papéis preferenciais e de 72,18% em seus papéis ordinários, levando em conta os dividendos distribuídos no período. Empresas “juniors” como Petrorio e Enauta também se beneficiaram, com uma valorização de 33% em 2023. No entanto, nem todas as empresas tiveram desempenho positivo: a 3R Petroleum teve uma desvalorização de -13,25 e a Petroreconcavo registrou uma queda de -31,43%.

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