A Economatica e o Professor Carlos Antonio Rocca, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) realizaram um estudo que mostra que 50% das empresas de capital aberto tem recursos para ficarem até três meses sem faturar.
A matéria sobre a análise pode ser conferida no jornal O Estado de São Paulo. No trabalho, Einar Rivero, da Economatica, mostra que as empresas não teriam receita, mas conseguiriam renegociar suas dívidas vencidas no período.
Neste mesmo cenário, 23,3% das companhias teriam o caixa negativo já nos primeiros 30 dias. Em 60 dias, o número atinge 37,1% e 48,6% em 90 dias. As demais empresas teriam o caixa positivo no final de três meses, para poder arcar com suas despesas.
Para chegar a estes números, o estudo considerou a seguinte metodologia e hipóteses:
a.Metodologia:
i. O período de simulação cobre três meses sem receita de vendas;
ii. Empresas renegociam prorrogação de 100% da dívida financeira e juros vencendo nos três meses da simulação;
iii.Saldos de 31/12/2019:
1. Saldo de “Caixa”: caixa, bancos e aplicações financeiras;
2. Saldo de fornecedores a pagar;
iv. Despesas operacionais mensais: média mensal em 2019;
1. CPV = Custo de produtos vendidos = insumos e outros custos diretos e depreciação na produção;
2. Custo de insumos no CPV é igual à porcentagem paga de fornecedores (a%) – aF;
3. DO = outras despesas operacionais e depreciação;
4. DP = depreciação total;
b. Hipótese do fluxo de caixa do primeiro mês sem receita de vendas:
i. Recursos do mês 01:
Caixa inicial menos pagamentos de parcela de fornecedores, conforme prazo médio observado em 2019 = Af onde “a” é a % do saldo de fornecedores a pagar no mês 01
ii. Despesas:
(CPV/12 – aF) + DO/12 -DP/ 12[1]
c. Resultados
i. Caixa no fim do mês 01: caixa (disponibilidades) depois de pagar a parcela de fornecedores, folha de salários e as demais despesas operacionais – renegociação de dívida e juros vencidos no mês
Caixa no fim do mês 01 = (CAIXA – aF) – [(CPV/12 – aF) +DO/12-DP/12)]
Caixa positivo: recursos foram suficientes para pagar fornecedores, folha de salários e demais despesas operacionais
Caixa negativo: recursos não foram suficientes para pagar fornecedores, folha de salários e demais despesas operacionais
ii. Caixa no fim do mês 02: começa com saldo no final do mês 01 para pagar as despesas do mês 02
iii. Caixa no fim do mês 03: começa com saldo no final do mês 02 para pagar as despesas do mês 03
BASE DE DADOS: ECONOMATICA DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DE 245 EMPRESAS ABERTAS EM 31/12/2019
Setores com Caixa Negativo 1o. Mês
1. Automóveis e motocicletas
2. Construção e engenharia
3. Embalagens
4. Materiais diversos
5. Químicos
Setores com Caixa Negativo 2o. Mês
1. Automóveis e motocicletas
2. Construção e Engenharia
3. Embalagens
4. Materiais Diversos
5. Químicos
6. Comércio e distribuição
7. Construção e engenharia
8. Embalagens
9. Equipamentos
10. Serviços diversos
11. Tecidos vestuário e calçados
Setores com Caixa Negativo 3o. Mês
1. Automóveis e motocicletas
2. Construção e Engenharia
3. Embalagens
4. Materiais Diversos
5. Químicos
6. Comércio e distribuição
7. Construção e engenharia
8. Embalagens
9. Equipamentos
10. Serviços diversos
11. Tecidos vestuário e calçados
12. Agropecuária
13. Alimentos processados
14. Gás
15. Máquinas e equipamentos
16. Materiais diversos
17. Material de transporte
18. Petróleo gás e biocombustíveis
19. Siderurgia e metalurgia
20. Utilidades domésticas
[1] É necessário retirar a depreciação contida no CPV e DO porque não é saída de caixa
Acesse o material completo para saber mais sobre o estudo da Economatica e da FIPE: https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,metade-das-grandes-empresas-tem-caixa-para-suportar-ate-tres-meses-sem-receita,70003252795
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