O Poder dos Dividendos no Mercado Brasileiro.

A taxa de juros reais, ajustada pela inflação, permanece alta no Brasil, levando muitos investidores a direcionarem seus recursos para investimentos em renda fixa, atraídos pela promessa de lucros recorrentes e segurança quase absoluta. Por outro lado, as empresas com histórico de distribuir dividendos significativos têm desempenhado um papel importante na atração de novos investidores para o mercado de ações. Este estudo propõe uma análise sobre essas empresas, destacando aquelas que se destacam em suas áreas de atuação.

O Dividend Yield (DY) do Ibovespa é um indicador crucial que demonstra a relação entre os dividendos distribuídos e o preço das ações dentro do índice. Observa-se que esse indicador sofreu variações marcantes nos últimos anos, atingindo seu ápice em 2022 com 10,83% e caindo para o patamar mais baixo em 2020, com 2,22%. Compreende-se que o DY do Ibovespa possui uma relação inversa com a taxa SELIC: aumenta quando a SELIC diminui, o que incentiva a migração de capitais para a bolsa, elevando o preço das ações e reduzindo o DY, e vice-versa.

Em uma fase de possível diminuição da taxa SELIC, espera-se um aumento na propensão ao risco por parte dos investidores, o que pode abrir oportunidades, especialmente para aqueles que buscam rendimentos recorrentes por meio de dividendos.

Quando se compara o desempenho do índice de dividendos (IDIV) da B3 com o Ibovespa, nota-se que, no período de cinco anos, o índice de dividendos superou significativamente o Ibovespa, com um avanço de 75% contra 29%.

Ao realizar uma análise das empresas do índice Brasil Amplo (IBRA) que apresentaram os maiores dividend yields iniciais, temos como destaque a Metal Leve (LEVE3), uma small cap que proporcionou um dividend yield de 36,37%, seguida pela Petrobras, muito comentada pelo pagamento recente de altos dividendos e JCP, superando os 30%.

*Dividend Yield Inicial: taxa de retorno em dividendos que um investidor espera receber ao comprar uma ação, com base no preço inicial do período e no valor do dividendo anunciado naquele momento.

Ao considerar o ‘retorno total’, que inclui o impacto dos proventos na performance dos ativos, observa-se como os dividendos e JCP afetam significativamente os retornos, especialmente em períodos de 12, 36 e 60 meses.

A Petrobras, por exemplo, apresenta um aumento considerável em seus retornos quando se adicionam os proventos. Em um prazo de 36 meses, ativos de setores como Siderurgia e Energia Elétrica destacam-se pela performance com a inclusão de dividendos e JCP. A longo prazo, o efeito do reinvestimento destes proventos é ainda mais evidente, como observado no setor de Energia Elétrica e Telecomunicações, que demonstram retornos muito superiores quando se considera essa variável.

Os dividendos e JCP representam fatores de substanciais na performance de um ativo a longo prazo. Eles não apenas proporcionam um fluxo contínuo de renda, mas também têm um papel importante na valorização do investimento ao longo do tempo, graças ao efeito de composição gerado pelo reinvestimento. Portanto, ao montar ou revisar uma carteira de investimentos, a política de proventos das empresas deve ser um ponto de análise, principalmente para investidores que visam ao crescimento do capital e à geração de renda sustentável ao longo do tempo.

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